
Quando tudo isso passar
Você não será o mesmo. Nada será como antes. Quando tudo isso passar, você renascerá mais forte, mais resiliente e mais consciente do seu papel no mundo.
Seus atos, suas decisões e seus posicionamentos não influenciam apenas a sua vida. Estamos todos conectados. Somos responsáveis uns pelos outros. Essa realidade nunca se fez tão presente e crua como agora.
Chegou o tempo da metamorfose. Aos poucos vamos todos nos recolhendo em nossos casulos, deparando-nos com as nossas próprias imperfeições, com os nossos medos e sofrimentos mais íntimos. Acomodados que estamos nesse espaço apertado, notamos que não há outra saída a não ser curar e transformar cada uma de nossas feridas.
Dói. É difícil, mas não há mais para onde correr. Não há fuga, nem distração.
Dia desses, enquanto eu estava deitado olhando para o teto e ouvindo atentamente o silêncio do mundo, percebi que existe uma transformação enorme ocorrendo dentro de mim… Dentro de nós.
Apesar da metamorfose ser um processo muito particular, ainda temos a oportunidade de compartilhar nossas experiências de transformação. Cada um, dentro de seu casulo, pode dizer ao outro o que sente, o que vê… O que dói.
Diante disso, podemos constatar duas verdades: Não estamos sós. E nada está sob controle.
Tudo o que podemos fazer neste momento é acolher essa metamorfose inesperada, mas tão necessária. Acolhê-la em todos os seus aspectos, lidar com ela, aprender com seus ensinamentos tão ásperos e importantes.
Hoje estamos privados de abraços… Tocamos os cotovelos, as canelas, acenamos… E então fico aqui pensando em como vai ser bonito o dia em que a gente puder se abraçar novamente, sem medo de contaminações, sem medo de fazer mal a alguém que a gente ama. Será belo este dia. Será dia de lágrimas de felicidade.
E então surgirá um sentimento muito desconhecido aí dentro de você: A gratidão.
Cada abraço e cada reencontro serão tomados por uma intensa emoção. Agradeceremos cada momento compartilhado com aqueles que amamos. Honraremos os que já partiram, lutando por uma vida mais feliz e grata. Respeitaremos os que ficaram, proporcionando risos, acolhimentos e compaixões.
Afinal de contas, não é disso que precisamos? Compaixão? Abraços de empatia? Não é disso que precisamos? Agradecer ao sopro de vida que nos dá a honra de habitarmos esse corpo, essa terra, esse mundo?!
É, meu amigo, as metamorfoses têm capacidade o bastante para nos obrigar a abrir os olhos da consciência e os olhos da alma (para quem acredita na existência de almas). Enfim: De que vale tantas vaidades, egoísmos e posses, se a vida está sempre por um fio?
Observe atentamente:
A vida sempre esteve por um fio. Sempre estará. A gente é que não se dá conta disso… As ocupações, os excessos e os apegos tecem o véu obscuro diante dos nossos olhos tão iludidos com a falsa noção de controle absoluto de tudo.
Chegou o tempo de abrir novos olhos… Transformar-se. Agradeça ao seu casulo. Agradeça à sua metamorfose. Agradeça ao sopro de vida que ainda preenche o teu ser e siga adiante, porque quando tudo isso passar você não será o mesmo. O mundo não será o mesmo. E você deverá estar pronto para a nova realidade que se apresentará. A lagarta será obrigada a ter asas para voar.
Deixe sua opinião, conte sua história ou seu desabafo nos comentários abaixo, vou respondê-los com todo carinho, afinal de contas todos nós temos as nossas doçuras e amarguras emocionais <3
Gostou do texto?! Então leia também esse aqui, você vai AMAR com certeza: Se você quer ser feliz.
Enfim, eu também sou colunista de outros blogs, dá um pulinho lá para conferir:Q Superela / Recalculando a Rota.
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Hugo Ribas
Hugo Ribas é pisciano, escritor, leitor e também uma metamorfose ambulante. Criador deste blog e colunista do blog Que Me Transborde, adora se perder em sentimentos escritos e nem sempre consegue se encontrar em suas próprias palavras. Personagens, narrador e pensamentos se fundem num texto só. Nasceu em Jundiaí - SP e mudou-se para São Paulo - SP aos 16 anos, onde se formou em Design Gráfico e cursou teatro pelo Teatro Escola Macunaima. Apresentou peças de Gianfrancesco Guarnieri e Friedrich Dürrenmatt.

Solidões minhas
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